Personagem de contos gregos, Ser místico com um toque angelical.
Atravessas-me os pensamentos e impões te nos meus sonhos.
Já na realidade nos breves encontros que tínhamos, onde teus olhos cruzavam com os meus de maneira tão intensa, fazias questão de frisar teus gestos, teu sorriso, teu andar…
E eu nada mais podia fazer se não simplesmente observar-te discretamente, respondendo deste modo aos teus movimentos, memorizando cada um.
A energia que irradias é como um íman que estimula esta atracção.
Contudo o que me prende realmente é a expressão que fazes quando sorris, são os teus olhos castanhos e abertos com que olhas o mundo, é a tua mão magra quando aperta a minha num gesto de cumprimento.
Não sei se ages desta forma de maneira inconsciente, se a química que vejo seja só minha, se dou demasiada importância a gestos teus sem qualquer premeditação, porém é o que sinto…
Que posso então eu fazer para testar a veracidade destes meus pensamentos e destas sensações?
Chegar ao pé ti e atirar os meus sentimentos numa mesa como se fossem um conjunto de cartas num jogo de póquer ficando em causa o tudo ou nada? Arriscar-me a não compreenderes?
A minha sensatez actua em simbiose com a prudência impedindo o meu lado impulsivo de me atirar de alma inteira para um segundo abismo.
Permaneço então no mesmo sitio onde sempre estive, contentando-me somente a apreciar-te ao de longe, a sentir o teu perfume quando estás perto. A ter-te só nos meus sonhos, vivendo assim numa penumbra entre a realidade e a ilusão…
